BRUXAS

Friends - atribuído a Vladstudio (DeviantArt)
Friends – atribuído a Vladstudio (DeviantArt)

 

 

 

Me permitam uma postagem fresca e autorreferente. Vamos lá, ao meu umbigo.

Eu. Bem, eu não tenho um milhão de amigos. Tenho bruxas que privam comigo, me toleram, me enervam e me concedem um pouco de seu tempo e ouvidos.

Bruxas era como o Henfil (Henfil? Alguém lembra?) se referia a alguns amigos especiais que apareciam do nada, feito predestinados, prontinhos para compartilhar carmas e cachaças. De modo que tenho bruxas como amigos e se não são bruxas não são amigos.

Ser bruxa é essencial. Prefiro o concurso de súcubos e íncubos, aborreço aos santos. De bruxas sou e quero ser amigo.

E estão quase todas por aí, as bruxas que conheci na adolescência e as bruxas que vieram depois. Com algumas já não falo tanto, outras mandei e mando de tempos em tempos à puta que as pariu. Com umas, filosofo, com outras discuto o tempo e a eternidade e com todas eu rio e choro. Minhas bruxas.

Há o A.S.O., minha bruxa filosófica que nunca me leva a sério. Seríssimo, cultíssimo e que uma vez a cada dois anos aprecia sair de órbita e, transfigurado, viver com denodo duas ou três semanas de bebedeiras desbragadas. E o posudo e sempre constante E.B.S., garçom das esferas, haicaísta de primeira hora e por vocação, príncipe quintessencial. Com F.R.L. estreitei laços de compadrio, embora não mais nos falemos. Por preguiça, quem sabe? Ou por não termos mais o que dizer? Sabe-se lá. E, o pequeno M, vulgo Vinagre. E o destemido E., vulgo Timmy. Guardo religiosamente suas almas, que roubei.

E, claro, há minhas bruxas mais recentes, mas não menos queridas.

Então, louvo e lembro ao C. N., mestre da eletrônica sagrada, atendendo ao mundo em sua Garagem Hermética, à moda de Moebius. E o sempre inquieto D, pirotécnico de escol e mestre pandorgueiro, molde de onde saíram todos os corintianos. J. R. G. F., de brancas cãs e espírito de moleque. Recentemente voltou a fumar, parte de seu projeto de morrer antes dos noventa. E não, não poderia esquecer de R. P. A., agora no ofício de escrevinhador em exercícios diários de contradição (Certo Disso?). Com ele discuto sobre deuses e sobre a Lei e de quando em quando, diligentemente, salvamos o Brasil do abismo.

Taí, a postagem voltada para o meu próprio umbigo (sinto ferventes minhas fauces e creio que coro).

Amigos, posso voar.

Evoé, minhas bruxas.

 

 

6 comentários em “BRUXAS”

    1. Depende. Se as bruxas vierem em maio e do norte, nem tanto. Agora, se vierem as bruxas em dezembro e do sul, aí também não muda nada. Modos que, não…você pensa que não tem bruxas, mas as tem sim. Certeza certa e certeira. Verdade verdadinha vera e verdadeira.

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      1. Acho que minhas bruxas vieram do tempo. São meio passageiras. Talvez minhas bruxas não tem rostos, ou os tem escondido. Pode ser também que minhas bruxas são esporádicas, um dia sim e outro nem tanto.
        Mas certeza, certa, certeira eu não tenho! Abraços de bruxa. (Ou Robin, hoje um senhor me chamou de Robin!)

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  1. Aí, aí, aí – gosto de postagens de umbigo. Gosto de bruxas, cresci com umas duas ou três. Mas eu cá deste lado digo que as bruxas que conheci criavam demônios de estimação. (Pausa para o riso agudo). E aprendi com elas a fazer o mesmo, logo não tenho um anjinho do lado direito e um demônio do lado esquerdo. O do lado esquerdo expulsou o anjo por acha-lo politicamente correto e mandou vir de Saturno um novo demôniozinhos e desde então somos felizes com nossas estripulias.

    Bacio

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